Cristãos não deveriam usar a palavra Alá?
PERGUNTA:
O cristão deveria evitar o uso da palavra “Alá” quando se referir a Deus? Em termos linguísticos, “Alá” e “Deus” não são duas coisas totalmente diferentes?
RESPOSTA:
Oi querida, tudo bem? A palavra “Alá” em português é uma TRANSLITERAÇÃO da palavra correspondente no Árabe que quando TRADUZIDA para nosso idioma corresponde a ao vocábulo “Deus”, com o qual temos alguma familiaridade.
Muitos cristãos ocidentais têm dificuldade ao lidar com os dois termos em questão apenas por falta de conhecimento. A partir das mais antigas traduções da Bíblia para o Árabe, desde o século 18, as palavras Elohim (termo hebraico presente no Antigo Testamento) e Theos (termo Grego presente no Novo Testamento) têm sido traduzidas como “Alá”. De fato, a grande maioria dos eruditos concorda que “Alá” é a forma arabizada de “Elah” do aramaico bíblico; correspondente, por sua vez, ao hebraico “Eloah”, que é o singular de “Elohim”, uma palavra GENÉRICA para o termo “Deus” usada em todo Antigo Testamento.
Em nossas Bíblias em Português as palavras Elah e Elohim são traduzidas tanto para “Deus altíssimo” quanto para “deuses falsos”. Convencionou-se em português o uso de um “d” minúsculo ou “d” maiúsculo numa tentativa de orientar uma distinção entre os dois, ainda que a palavra seja exatamente a mesma. Judeus não-cristãos também têm traduzido Elohim e Elah como “Alá” desde as mais antigas traduções árabes conhecidas da Torá desde o século 9 ATÉ HOJE.
O fato é que “Alá”, termo de origem árabe, compartilha as mesmas raízes semíticas que o hebraico e aramaico bíblico. O problema não está na palavra em si, mas na interpretação equivocada de cristãos ocidentais por não conseguirem separar o termo de seu significado definido pelo ensino Islâmico. Em outras palavras, o que o Islamismo ensina sobre o caráter de Deus faz com que as pessoas equivocadamente associem tais ensinamentos ao termo “Alá”, usado por eles. Todavia, Maomé, quando instaurou seu sistema de crença, não reinventou o idioma árabe, nem sequer criou a palavra Alá, que ele passou a usar como tema de sua mensagem; ao contrário disso, ele simplesmente pegou um termo já largamente conhecido e usado por judeus e cristãos de fala árabe para definir o “deus” dele como aquele que já era supostamente conhecido e comentado. Podemos exemplificar isso de forma simples da seguinte maneira: Se eu tiver um filho hoje e eu o batizar com o nome de alguém já famoso, isso não fará com que as duas pessoas sejam a mesma apenas pelo fato de serem chamadas pelo mesmo nome, entende? E ainda que meu filho viesse a ser tão famoso quanto o fora aquele que anteriormente já tinha o mesmo nome que ele, isso não mostra que os dois têm o mesmo caráter ou que têm alguma ligação como indivíduos por terem-se tornado conhecidos através de um nome igual.
Sei que já disse no início do texto, mas gostaria de perguntar: Você sabia que na Bíblia em árabe a palavra usada para Deus é “Alá”? Além disso você sabia que em passagens como Efésios 6, quando fala da nossa “luta” contra principados e potestades, a palavra usada na Bíblia árabe é “jihad”? Questões de idioma não deveria ser confundidas com questões doutrinárias ou ideológicas.
O problema não está em usar a palavra Alá, mas em não saber diferenciar o Alá bíblico, pai do Senhor Jesus e o Alá apresentado por Maomé em sua interpretação particular da pessoa de Deus. O segredo está em se preencher a palavra Alá com significado bíblico; quanto mais a compreensão de Alá por parte de um muçulmano for formada pelas Escrituras Sagradas, tanto mais bíblica se tornará sua teologia sobre “Deus”.
Se você quiser estudar mais sobre o assunto deixo a dica do material do Sr. Joshua Massey, que é um antropólogo, linguista e missiólogo trabalhando entre muçulmanos asiáticos desde 1985. Outra fonte de pesquisa confiável é o livro “Descobrindo o Mundo do Islã” da Editora Esperança, que faz parte de um curso completo de evangelização entre muçulmanos.
4 Comentários
Bom dia pastor!
Encontrei essa semana suas mensagem e amei!!
Se conhecimento da Bíblia e seu comprometimento com a palavra de Deus são dignos de elogios. Agradeço a Deus por ter servos assim como vc. Fiéis e verdadeiros. Gostaria de saber sua opinião sobre as testemunhas de Jeová. Elas têm um estudo bíblico e conhecimento bem aprofundado. Sobre a cronologia e o tempo do fim igual ao seu. Gosto de estudos aorofundado. O que vc acha delas?
Oi Luciana, tudo bem?
Olha, me parece que este grupo de cristãos crê em algumas coisas de forma diferente de como que eu acredito; questões relacionadas a Jesus e o anjo Miguel, o Espírito Santo, a Trindade, a Bíblia, etc. Não estou querendo generalizar os que fazem parte deste grupo ou atacá-los gratuitamente, mas acho que creio diferente deles em muitas coisas. De qualquer forma, te agradeço pelo carinho e pelo contato.
Se precisar de alguma coisa, fala comigo.
Um abraço!
Pastor, bom dia,
Meu nome é Leonardo e vou lhe fazer uma pergunta inusitada e talvez outras pessoas já tenham lhe perguntado isso também. Que relógio é aquele que você usa? Sei também que vai rir. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.!!!!!!!!!!
Seus vídeos são ótimos, sua visão é ótima. Poucas igrejas hoje se preocupam em pregar sobre os últimos dias, poucas se preocupam em pesquisar os acontecimentos. Eu sempre tive essa curiosidade, não pra saber quando Jesus vem, mas para ficar atento aos sinais e poder alertar os irmãos. Não vemos hoje um empenho em pesquisar sobre os últimos dias e isso me levava a procurar um lugar para congregar onde eu visse isso. Costumo falar algo que você falou em um de seus vídeos: Israel é o relógio de Deus. Nossos olhos tem que estar atentos para aquele lugar. Ouvi isso do meu primeiro Pastor.
Obrigado por nos abençoar com seu conhecimento.
Leonardo.
Oi Leonardo, tudo bem?
O relógio é um desses “relógios inteligentes” que tem algumas funções pra facilitar a nossa vida; nesse caso aí ele me avisa quando determinado tempo já passou e vibra no meu braço. Sobre o que você falou de não haver muitos estudos de Escatologia é porque é uma área cheia de interpretações diferentes e até conflituosas e acaba por desestimular a quem pensa em se aventurar por esse caminho. Um abraço e tudo de bom meu querido!
Natan