O cérebro, o vício sexual e a libertação
Neurociência é o nome da nova disciplina científica que tem revolucionado velhos conceitos a respeito do cérebro humano. Descobertas com um pouco mais de 25 anos tem estabelecido um novo entendimento quanto o funcionamento do cérebro e quais as suas reais consequências na vida do homem.
Velhos conceitos viraram obsoletos e hoje com o advento das Neurociências já se pode entender melhor a relação entre o cérebro instintivo e o cérebro racional (sistema límbico e córtex).
Com as novas tecnologias de imageamento cerebral, por meio de refinados processos de ressonâncias magnéticas encefálicas funcionais sabe-se que o vício, em drogas de abuso ou comportamental (o vício em heroína ou em pornografia), causa danos físicos no cérebro, promovendo alterações em sua anatomia.
A Associação Americana de Medicina do Vício declarou em 19 de Abril de 2011 que as novas descobertas mostram que o vício é uma doença cerebral crônica primária, com danos irreversíveis, que deve ser encarada à luz de uma nova perspectiva. Como diz o professor de fisiologia Garry Wilson, o fato é que quando alguém se vicia em alguma coisa, tal pessoa se vicia na substância química que seu próprio organismo produz. Uma destas substâncias, a dopamina, é a força motora por trás de todo e qualquer vício, inclusive o vício sexual. Uma “overdose de dopamina” no circuito de recompensa cerebral sobrecarrega seu funcionamento e produz uma molécula proteica chamada DeltaFosB, que se tornará a principal agente causadora dos danos físicos no cérebro.
A libertação (ou cura, em temos médicos) é possível através da abstinência, desabituação química, ativação de outros circuitos neurais substituindo atividades e processos mentais. A disfunção erétil, hipofrontalidade, condicionamento sexual, reorientação sexual e o surgimento de diversas parafilias estão entre as consequências da overdose de domina no cérebro.