Invalidando a Palavra de Deus com a Tradição Filosófica de Agostinho
PERGUNTA
Suas afirmações sobre salvação não contradiriam o que Armínio disse? Vou usar as palavras do próprio Armínio: “Cristo os guarda, não os deixa cair da graça. De modo que é impossível para os eleitos, serem arrancados da mão de Cristo”. Obras de Armínio – vol. 1, Página 232, CPAD.
RESPOSTA
Imagino que isso deva ser bom pra quem é arminiano, mas para pessoas como eu, que seguem as Escrituras, isso não faz diferença nenhuma. O problema é que, provavelmente, Armínio, como Calvino, seguia a filosofia agostiniana de que crentes genuinamente salvos, podem perder a salvação, mas “eleitos”, nunca perderão. Essa invencionice de Agostinho pode ser encontrada nos livros A Correção e o Bem (427) e O Dom da Perseverança (429). Neles, Agostinho inventa essa idiotice de que “salvo” é uma coisa, mas “eleito” é outra, e que, “salvo” perde a salvação, mas “eleito” nunca perde.
Não há texto bíblico que diga que Deus impede o homem de usar o próprio livre-arbítrio que Deus o deu para impedi-lo de pecar, de apostatar ou de negar a Cristo. Por isso Paulo assevera que alguns “que procuravam se justificar na lei, tinham SE DESLIGADO DE CRISTO”, e que, SIM, “DA GRAÇA DECAÍRAM” (Gálatas 5.4). Tais pessoas, “ANULAM A GRAÇA de Deus” (Gálatas 2.21). Qualquer crente que segue por caminhos semelhantes a estes, “SEPARAM-SE DA GRAÇA DE DEUS” (Hebreus 12.15).
Acho muito engraçado ver cristãos defendendo o que seus pregadores prediletos dizem sobre “Cristo não deixar crentes caírem da graça”, quando a própria Bíblia ensina que ELES MESMOS podem cair, se afastar, anular e se privar da graça de Deus. O problema é que todos os agostinianos que citam João 10.28, 29 para dizer que “ninguém arrebatará um crente da mão do Pai ou da mão de Jesus” parecem não entender que Jesus estava falando sobre forças externas que viessem a fazer investidas contra o cristão, e não sobre o próprio cristão rejeitar e negar a Cristo por “amar mais o presente século” e se tornar “mais amigo dos prazeres do que amigo de Deus” por decisão própria. Ou para vocês, depois que “o eleito” confessou a Cristo, ele também não tem mais a capacidade de usar o livre-arbítrio que Deus lhe deu quando o fez à sua imagem e semelhança? No entanto, não fico admirado em ver homens invalidando a Palavra de Deus por causa de suas tradições, sejam elas tradições culturais ou teológicas. Nada me surpreende.