A Besta que “era, não é, mas voltará a ser”
PERGUNTA:
O império Romano foi o Império que, durante sua gestão, matou o Filho de Deus, destruiu o Templo sagrado e promoveu a diáspora dos Judeus. O Império Romano perseguiu e matou os apóstolos, tendo assim um papel relevante na história. Neste vídeo, porém, você disse que o o Império romano não é representado por nenhum metal da principal profecia dos reinos descritos pelo profeta Daniel?
RESPOSTA:
Curioso, né? Talvez seja por essas e por outras que a gente se sente numa espécie de necessidade de inserir o império romano no sonho da estátua. Porém, acho que o mais correto não é inserir nossas ideias no texto, mas tentar extrair as ideias que ele realmente contém. Embora possamos atribuir ao império romano quase todas as coisas que você falou, o texto bíblico parece atribuir boa parte dos acontecimentos que você mencionou, a outro povo, não ao romano.
No ponto de vista de Paulo, quem matou Jesus foram os próprios judeus, ainda que possam ter usado os sistemas de leis e cegueira dos romanos. Eles também perseguiram os apóstolos e os impediram de pregar o Evangelho para os pecadores. Também segundo os registros históricos que temos, tanto de Flávio Josefo, quanto de Públio Cornélio Tácito, não foram os romanos que destruíram a cidade e o templo judeu, mas os “árabes” que faziam parte das legiões de soldados provincianos estacionadas ao redor de Israel. Se você tiver meu Livro A Bíblia, o Islamismo e o Anticristo, eu falo em riqueza de detalhes sobre esse assunto, abre no capítulo 3, página 43 e dá uma olhadinha. Se você não tiver o livro ainda, pode comprar aqui. Você também pode dar uma lidinha nesse resumo. De fato, o império romano em alguns momentos atrapalhou a pregação do Evangelho, em outros momentos favoreceu, e, embora a história seja importante e não possa ser desprezada, é sempre bom deixar o texto da Bíblia ter a primazia sobre qualquer assunto. Ainda sobre o império romano, embora ele não pareça ser citado diretamente em Daniel, parece que Apocalipse 17 o inclui nas revelações que o anjo Gabriel passa para João. Observe:
O texto acima é uma das explicações sobre o animal que João viu, que representa este último império humano que se levantará contra o povo de Israel. Tudo indica que será um aglomerado de reinos, numa espécie de confederação de nações unidas num só propósito. Usando os animais como representação de nações e reinos humanos, o texto de Apocalipse 13 diz que esta fera “tem aparência de um leopardo, embora tenha boca de leão e pés de urso”. Também sabemos que o bicho tem sete cabeças, que representam sete montes, ou seja, sete reinos. Dos sete, cinco já tinham caído antes da época de João, um existia, que era o império romano, mas outros ainda haveriam de vir. Assim, nós temos o número de oito reinos:
- Cinco já tinham caído;
- O sexto que existia na época de João;
- O sétimo que duraria pouco;
- E o último e oitavo reino, que viria dos mesmos sete que já haviam sido citados.
Parece-me que cada cabeça, que representa um reino, quando assume a liderança, dá a identidade e a aparência dessa cabeça, a toda a extensão do domínio desse reino, que no texto é representado pelo bicho (a tal da besta). Por isso, na versão final do animal formado por várias cabeças, sua aparência é de um leopardo, que deve representar uma das nações que exerceu domínio sobre a terra de Israel, e que, segundo parece, voltará a ter novamente nos últimos dias. Acredito que é por isso que o texto diz que essa besta “era”, mas no momento da vida de João, “não estava sendo”, mas depois, no tempo do fim, “voltaria a ser”. De todos os possíveis candidatos a esta posição de liderança sobre toda a extensão desse império, o único, de todos os que são citados, que parece ser excluído, é o império romano. Isso porque o anjo diz a João que aquele reino que “existia” em seu tempo, o império romano, era o sexto reino. Porém, quando o anjo falou com João, ele disse: “a besta ERA, NÃO É, MAS VOLTARÁ A SER”. O único reino que existia na época de João, era o império romano, e, segundo o anjo, o “reino do Anticristo será um que houvera sido antes do tempo de João, não estava existindo na época de João, mas voltará a ser depois da época de João”. Isso quer dizer que o império romano parece ser o único que não podia ser candidato à ser representado pela “cabeça que houvera sido ferida no passado e que reviverá”. A nação sede da identidade final desta besta terá que ser uma das cinco sedes dos impérios que já haviam caído antes da época de João.