PROTEGENDO NEÓFITOS CONTRA O CALVINISMO
PERGUNTA:
Meu querido, Deus abençoe seu ministério, sou presbiteriano e me incomoda muito essa guerra entre igrejas e filosofias que buscam se autopropagar como a única verdade. Não tenho conhecimento teológico e graças a Deus, minha igreja busca me capacitar para ser uma testemunha de Cristo, longe de implementar este tipo de discussão como prioridade. Acredito que antes de tudo, nós, igreja, devemos olhar para os que ainda não conhecem a Cristo, e esquecer essa briga de quem está certo. A minha única pergunta é: “se Deus sabe de todas as coisas tanto as que foram, quanto as que virão (inclusive já determinou como será o início de seu Reino), porque ele não saberia quem aceitará e se renderá? Portanto, a “predestinação” não é uma imposição de Deus, mas sim, uma sabedoria do que há por vir.
RESPOSTA:
Amigo, sei que talvez você não entenda, mas pela sua educação, gostaria de te responder. O objetivo da minha mensagem não era debater ou refutar alguma questão filosófica, intelectual ou doutrinária. Muito menos competir entre dois pólos para se chegar a alguma conclusão de “quem tá certo”. Não sou arminiano, embora tenha percebido que os pensamentos de Armínio tenham sido mais coerentes com a verdade bíblica do que as ideias de Calvino sobre os mesmos assuntos. Além disso, existem mais que simplesmente duas linhas teológicas entre as quais as pessoas poderiam oscilar. A visão de que existem apenas o Calvinismo e o Arminianismo é uma invenção de pensadores calvinistas; na verdade, existem outras linhas teológicas diferentes. A pregação em questão expressa minha experiência pessoal em relação a essa doutrina e tinha por objetivo proteger principalmente jovens na igreja desse pastor onde ministrei; além, também, de tentar fortalecer um grupo de outra comunidade cristã que esteve lá presente na ocasião, que me informou que uma jovem mãe tinha tentando se matar por causa de doutrinação calvinista. Embora alguns calvinistas mais intelectualmente orgulhosos tenham ficado ofendidinhos pelo fato de eu ter a liberdade de poder escolher pregar assim, o objetivo não era ministrar para esse tipo de gente e sim para quem realmente precisava ouvir. Acredito que crentes calvinistas sejam crentes em Cristo e que a maioria deles seja salva, pois tenho certeza absoluta que essa maioria foi salva pela mesma mensagem que hoje eles desprezam. Nenhum deles foi salvo por causa do conhecimento do sistema filosófico que hoje eles tentam irracionalmente defender, muito pelo contrário; eles foram salvos pelo verdadeiro Evangelho e somente depois, quando “amadureceram intelectualmente” e foram “doutrinados corretamente” é que se afastaram do verdadeiro Evangelho da graça para darem ouvidos a outro evangelho, que, na verdade, não é outro, senão que há alguns que estão distorcendo o Evangelho da graça de Deus.
Por fim, nem toda ministração da palavra de Deus se resume em “pregação para a salvação”, pois Deus deseja que todos os homens sejam salvos E CHEGUEM AO PLENO CONHECIMENTO DA VERDADE. Os que advogam que “não deveríamos perder tempo falando sobre isso ou sobre aquilo, e sim “pregar apenas sobre salvação”, são aqueles que não entendem que é perda de tempo “salvar alguém”, mas não lhe fortalecer para que assim tal pessoa possa confirmar sua vocação e eleição em Cristo (2 Pedro 1.10). A igreja precisa oferecer mensagens de salvação e mensagens que conduzam, os que já foram salvos, ao pleno conhecimento da verdade. Minha mensagem contra o Calvinismo tem por objetivo proteger cristãos neófitos e tentar impedir que eles se tornem presas fáceis para este sistema filosófico que só é apresentado para “os iniciados”. Se eu conseguir impedir que apenas uma pessoa cometa suicídio ou que se desvie por causa dessa visão diabólica do caráter de Deus, terá valido a pena todo xingamento e afrontas que tenho recebido dos meus amados irmãos convertidos ao Calvinismo