Posso salvar meu parente pela minha fé?
PERGUNTA: Em 1 João 5:14,15 está escrito que “esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos”. Como ficam estes versículos? Se na sua afirmação não somos atendidos quando pedimos para Deus salvar um parente incrédulo?
RESPOTA: Oi querido, tudo bem? Na verdade, em nenhum momento eu disse que “não somos atendidos”. Acho que você precisa ver novamente o vídeo, você se confundiu com alguma coisa. Embora o ponto principal do vídeo não seja sobre oração, achei que deveria falar um pouco sobre isso pois muita gente não entende que existem muitos tipos de orações e que cada tipo deve ser aplicado em seu próprio contexto. As Escrituras ensinam sobre a “oração da fé” e a “oração de consagração”, sobre “oração de concordância” e “oração de intercessão”. Existe uma oração que deve ser individual, de porta fechada, mas também existe a oração coletiva, feita em conjunto com diversos membros da igreja. Seria uma tolice achar que tudo é uma coisa só, o texto bíblico não ensina isso. Com base na mesma confusão quanto à oração, muita gente tem imaginado que pode decidir o futuro de outras pessoas pela sua própria fé, ou, pelas suas próprias orações por aquela pessoa. Jesus disse que devemos orar “pedindo ao Senhor da seara que envie trabalhadores” até onde os pecadores estão e as Escrituras também ensinam que “aprouve a Deus salvar o mundo pela loucura da pregação”, e não pela loucura da oração. Você precisa entender que eu posso expulsar um demônio da vida de um primo pela autoridade que tenho no nome de Jesus, mas não poso determinar que meu primo queira resistir ao diabo quando este voltar para tentá-lo mais uma vez.
Você perguntou “como ficam os versículos de 1João 5.14,15” e eu te respondo: ficam exatamente como sempre ficaram! Dentro do seu próprio contexto. João não está falando que um crente pode mudar a vida de outras pessoas com uma oração de petição a Deus. Se isso fosse realmente possível, Jesus teria mudado a todos que estavam na terra quando ele esteve aqui, e, talvez, ele nem teria sido crucificado. Se fosse possível mudar a vontade de outras pessoas e impedi-las de usar seu livre-arbítrio pela minha oração a Deus, nem Jesus, nem Paulo, nem os discípulos teriam fugido quando tentavam matá-los. Não podemos invalidar verdades bíblicas por causa de outras verdades bíblicas, isso não tem o menor sentido. 1João 5.14,15 está falando BASICAMENTE (não exclusivamente, mas principalmente) sobre orações de petição que fazemos por nós mesmos. João está falando sobre a certeza que podemos ter quando fazemos certos pedidos em oração e esta certeza só é alcançada quando “sabemos qual é a vontade de Deus”. Pedir algo que Deus não quer, é tolice. Por outro lado, “podemos ter confiança na oração quando pedimos alguma coisa que esteja em linha com a sua vontade”, pois assim, ele nos ouve. Isso significa que antes de pedir precisamos conhecer a sua vontade. Em casos como estes, mais importante do que pedir, é saber. A única forma de conhecermos a vontade de Deus é através da sua própria palavra. As pessoas estão querendo pedir qualquer coisa sem o devido conhecimento bíblico a respeito do assunto. Muitos crentes confiam mais em seus sentimentos, no folclore cristão e nas tradições da sua igreja do que naquilo que a palavra de Deus diz. Alguns cristãos até acabam se desviando pois se frustram quando não recebem o cumprimento das promessas às quais tanto se apegavam. No entanto, a razão dessa frustração é que muitas dessas promessas, às quais se apegavam, na verdade, nunca foram feitas.
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Para um estudo mais detalhado sobre o assunto, veja o livro Parentes “debaixo da promessa”.