A Babilônia Misteriosa de Apocalipse
PERGUNTA:
A Babilônia de Apocalipse 17 não seria Nínive? Quando Jesus voltar para reinar aqui na terra não seria de Jerusalém? O anjo que lançou a pedra no mar diz que Babilônia nunca jamais será achada e um pouco mais adiante o texto diz que sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos, isso não daria uma interpretação de uma destruição eterna? Se ela for destruída eternamente então de onde Jesus reinaria os 1000 anos se caso Babilônia for Jerusalém?
RESPOSTA:
Olá, tudo bem? Amigo, tem muitas coisas que eu não sei e mesmo algumas que penso que sei, não entendo perfeitamente bem. Porém, a impressão que tenho quanto ao uso da palavra “Babilônia” nas Escrituras é de que, em muitas ocasiões, ela é usada de forma alegórica. Talvez por causa da sua representatividade em relação ao primeiro ajuntamento humano fora da vontade de Deus. Afinal, Ninrode e a Torre de Babel falam exatamente sobre isso. Depois, no mesmo lugar, veio a surgir a famosa cidade da Babilônia, basicamente carregando o mesmo espírito opositor aos propósitos divinos. De fato, a palavra “Babilônia” em hebraico é “Babel” e significa essencialmente “confusão”. Por causa disso, o termo parece ser usado nas Escrituras como uma referência àquilo que está fora da vontade de Deus.
Percebo que você não leu meus livros onde falo sobre esse assunto, mas, em Apocalipse 17 aparece uma prostituta com um nome escrito na testa cujo significado deveria ser interpretado, por isso o texto diz que se trata de um “mistério”. O “nome misterioso” fazia menção à Babilônia como “a grande responsável pelas prostituições espirituais da terra”. Se esta inscrição estivesse se referindo à Babilônia física, histórica e literal, o texto não teria dito que se tratava de um “mistério”. A implicação é que aquilo deve ser interpretado e não considerado de forma literal, certo? Sendo assim, o texto deve estar falando sobre qualquer outra cidade e não a cidade de Babilônia conhecida historicamente.
O termo “Babilônia” deve estar sendo usado ali como uma referência à confusão humana quando se desviam do propósito de Deus. Em Apocalipse 17.18 o texto fala que essa prostituta de identidade misteriosa é “a grande cidade”. O livro de Apocalipse só usa essa expressão para se referir à cidade de Jerusalém, tanto aí, aparentemente, como também claramente em Apocalipse 16.19 e Apocalipse 11.8.
Apocalipse 16.19
E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira.
Observe no texto acima, que, esta “grande cidade”, é diferenciada das cidades dos gentios. O texto destaca o que acontece na grande cidade do que acontece nas cidades das nações da terra.
Apocalipse 11.8
e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
No texto acima, Jerusalém é retratada como “a grande cidade”, mas, espiritualmente, suas condições são comparáveis à condição espiritual de Sodoma e Egito quando afastados da vontade de Deus. De fato, Sodoma, Egito e Babilônia, por vezes, são lugares usados nas Escrituras como representações de aberração e pecado.
A Jerusalém que é repreendida nas Escrituras, e aparentemente também no texto de Apocalipse, não é a Jerusalém celestial, mas a Jerusalém terrena. O estado espiritual da Jerusalém terrena atual é deplorável e de escravidão. Muitos lugares indicam essa realidade, mas, vamos ficar apenas com o texto de Paulo que diz que “Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos” (Gálatas 4.25). No contexto, Paulo está dizendo que todos os judeus que se encontram nesta condição espiritual podem ser considerados como filhos de Agar, “SarraCenos”, “Sem Sara”. É uma declaração muito forte para se fazer aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, mas é exatamente disso que Paulo os chama: “Escravos, filhos de escrava”. Obviamente que Paulo está fazendo uma aplicação espiritual, pois todos eram fisicamente descentes de Abraão, mas, “não é por serem seus descendentes que serão considerados seus filhos” (Romanos 9.7), pois nem todos DE ISRAEL, são, DE FATO, israelitas (Romanos 9.6). Acredito que esta será a Jerusalém que será destruída. A Jerusalém rebelde, que persegue e mata os verdadeiros filhos de Deus. Essa sim, será destruída para sempre. Mas “a Jerusalém lá de cima”, será implantada na terra durante o reinado do Senhor Jesus. Te aconselharia a estudar calmamente o capítulo 3 do meu livro “Arrebatamento Antes da Tribulação”, da página 39 à página 68. Se possível, leia também o capítulo 6 do livro “A Bíblia, o Islamismo e o Anticristo”, da página 93 à página 130. Se não tiver os livros, você pode comprar aqui e aqui.