O Império Otomano está voltando?
O Império Otomano durou 400 anos (1517-1917). Ao longo de sua existência manteve Israel como um território conquistado a partir de 1516. Com sede na atual Istambul, os otomanos não tinham origem árabes, mas foram responsáveis pela consolidação da fé islâmica em seus domínios.
Judeus e cristãos sempre pagaram altos impostos e padeceram sob o domínio otomano. Em janeiro de 2015, um recado foi dado ao mundo: o império turco está de volta. Durante a visita do presidente palestino Mahmoud Abbas, no luxuoso palácio presidencial de Recep Tayyip Erdogan, um grupo de 16 “guerreiros” usando trajes típicos e armados com escudos e espadas, lembrava ao mundo a história da Turquia.
Cada um deles simboliza um dos 16 “impérios” da história turca. Desde os nômades Xiongnu da Mongólia, do século II antes de nossa era, até os otomanos, passando pelos períodos mongóis e seljúcidas. Enquanto para muitos a exibição era meramente cultural, especialistas acreditam que se trata de uma tentativa de “seduzir eleitores nacionalistas conservadores e partidários de um regime forte”. Segundo comunicado do governo, os “guerreiros” farão parte de todas as visitas de pessoas importantes ao país.
Para os estudiosos de profecia, o fato de esse sinal ter sido emitido justamente quando Abbas, presidente da Palestina, um Estado não-reconhecido pela ONU, pode ser uma ameaça velada para Israel. O governo turco, se invadisse Israel entregaria o governo para os palestinos, como fez no passado. Segundo o relatório conhecido como wikileaks, Erdogan “simplesmente odeia Israel”.
Nos últimos meses, a Turquia tem mostrado ao mundo sua face mais radical. No ano passado, hospedou o que foi chamado por especialistas em profecias bíblicas de “Confederação do Anticristo”. O sheik Yusuf al-Qaradawi, presidente da União Internacional de Sábios Muçulmanos, que representa o maior grupo de estudiosos muçulmanos em todo o mundo, anunciou: “Diferentemente de como era no passado, o califado dos dias de hoje deve ser estabelecido através de uma série de Estados, governados pela sharia [lei islâmica], e apoiado por autoridades e o povo na forma de uma federação ou confederação”.
Poucas semanas depois, um importante líder muçulmano amigo do presidente Erdogan anunciou: “Jesus Cristo está de novo entre nós”. Em novembro, o Gabinete para Assuntos Religiosos do Presidente, realizou um encontro com 76 líderes muçulmanos de 40 países para estabelecer estratégias para a expansão do Islamismo na América Latina, único continente do mundo que não tem um número expressivo de muçulmanos.
Além disso, foi divulgado pela imprensa que vem ocorrendo um “recrutamento significativo de cidadãos turcos pelo Estado Islâmico”. Pelo menos 1000 turcos já estão lutando com o EI no Iraque e na Síria. A aproximação de Erdogan com os radicais do Estado Islâmico é confirmada pelo líder espiritual mais importante da Irmandade Muçulmana, o sheikh Yusuf al-Qaradawi. Em pronunciamento na TV, ele declarou: “A Turquia é o Estado Califado, e Istambul é a sua capital … Turquia une a religião do mundo árabe [sunitas] e persas [xiitas], Ásia e África, e ele [o Califado] deve ser baseado nesta nação [Turquia]”. Com informações Times of Israel